Ao realizar Sarau, em 1973, Paulinho tinha como objetivo o resgate de alguns elementos da música brasileira. Idealizou um show onde poderia reunir novamente o conjunto de choro Época de Ouro. Esse grupo, um dos mais importantes da história do estilo, foi fundado por Jacob do Bandolim e desde o seu falecimento, em 1969, não havia mais se apresentado publicamente. Nesse espetáculo, Paulinho conseguiu reunir novamente o grupo com o bandolinista Déo Rian ocupando a vaga do fundador Jacob. O sucesso da idéia foi tão grande que o grupo permanece ativo até hoje e o estilo, mais vivo do que nunca, com manifestações em diversas partes do mundo.

O tema principal desse espetáculo eram os saraus, encontros lítero-musicais muito comuns no final do século XIX e princípio do século XX. O Época de Ouro, que conta desde o seu início até os dias atuais com o violão de Cesar Faria, pai de Paulinho, se apresentou primeiramente sozinho, tocando choros tradicionais. Paulinho entrava em seguida com sua banda e cantava seus sucessos. Os dois grupos se reuniam posteriormente e finalizavam o espetáculo.

O roteiro foi criado em parceria com o jornalista Sérgio Cabral, que também era o mestre de cerimônias do evento. O cenário representava uma varanda onde os músicos poderiam se “encontrar” como nos antigos saraus e fazer boa música.

Nesse espetáculo, Paulinho teve a oportunidade de reviver os encontros de chorões que ocorriam na casa de Jacob e na casa de seu pai, dando vida a um importante momento de sua infância.

Sarau lotou o Teatro da Lagoa no Rio de Janeiro.